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sábado, 4 de janeiro de 2014

entreabertos
basta
ver
revés da imagem
corpo mole
braços longos
riso, canto do boca
torço pescoço
exibido colo
me detenho ante o mergulho
é fundo e não tem volta
unhas comidas
vermelho pelos lençóis
bom dia, sol
espio ali, imenso na sua cova
passo adiante
a lembrança
da língua, dentro, entre
amortece
amanhece
me olha
me chama
me abraça
nem me cabe
arranha
mostra os dentes
riso largo
hálito da manhã
me largo
amor de manhã
escrevo outra hora
quem sabe
de manha
amanhã.