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segunda-feira, 27 de maio de 2013

É, não sou: ensaios sobre os afro-sambas no tempo e no espaço.

A gestação durou mais de quatro anos. Fecundado no ventre da mente e do coração da alma que queria tanto as ciências das palavras e observações quanto o sopro de vida, em melodia e harmonia. Cantava no bar pra pagar as contas enquanto lia sobre banquetes na idade média. "Tempo de amor é tempo de dor?" "O tempo de paz não faz nem desfaz?"




Os afro-sambas.

e a partir daí perguntas.
projeto.
sarau.

mestrado.
cantação. contação.
leituras. encontros.
escutas.

O parto doloroso feito em Marília, no nosso lar, construído para outros rebentos.

A defesa do menino que foi entregue para avaliação ainda sujo de sangue.

O canto aos prantos era de gratidão pela gratidão.

Quem quiser conhecer o menino, corrigido mas inacabado, como sempre será é só clicar aqui ó:
<http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/131961/000851571.pdf?sequence=1&isAllowed=y>, que Betto que esteve e está bem de perto na feitura desse menino que quer andar pelo mundo, já o disponibilizou na interneta.
em breve, o link no site oficial da UNESP Araraquara.

É o convite pra uma conversa.
Logo, espero pelas dissonâncias, ressonâncias e reverberações.


 [Samba da] Gratidão

Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
Melhor era tudo se acabar.
Consolação (Powell e Moraes)

A bênção, Reny Jorge da Silva e Maria Isabel Silva. Barro(s) que me forjou(aram), carinho que me ninou, amor que me deu coragem, ânima. A bênção, meus pais e, agradecendo a eles (vocês), agradeço a todos os meus ancestrais, meus avós e bisavós, encarnados e desencarnados. Com eles apreendo, através do exemplo, aquilo de mais bonito que as canções de Baden e Vinicius me ensinam: tem que se dar pra poder amar. Vocês, que fazem a vida valer a pena.
A bênção, Bruno Morais. Meu irmão e meu mestre. Ao seu lado, compartilho palco, aprendo a respeitá-lo, a me divertir nele. Do seu lado aprendo sobre o coração imenso, a disposição à ajuda, estar-junto. A bênção Renata, irmã que a vida me deu. Mais que cunhada, amiga. Gratidão por me permitir ser parte do seu mundo, mulher mais adorada e virtuosa. Saravá.
Saudando Bruno e Renata, saúdo todos os músicos trespontanos, em especial Tilê e todos os companheiros do Ummagumma, trupe e berço. Saúdo também Maria Dolores e Felipe Duarte pela coragem de proporcionar um espetáculo à minha querida e amada Três Pontas e me dar a oportunidade de estar no palco, com a poesia, a canção, o violão, e os amigos. O sarau “Para Viver um Grande Amor – Um homenagem a Vinicius de Moraes” foi um momento decisivo do sentir-pensar que levou à essa pequisa. A todos eles minha gratidão, admiração e disposição.
Um salve cheio de gratidão a toda a minha família, em especial Tia Nanaia e Gui que me acolheram na primeira visita ao Rio de Janeiro, quando do início da pesquisa, antes mesmo do ingresso no mestrado acadêmico.
De modo que essa lembrança me remete a carinho, respeito e cuidado com que tanto os funcionários da Fundação Casa de Rui Barbosa quanto da Biblioteca Nacional me trataram, sempre pacientes com a pesquisadora de primeira viagem. Vossa bênção.
A bênção Daniella Suda e seus queridos filhos Ju e Rô, que me fizeram sentir parte da família nas idas ao Rio de Janeiro, no decorrer da pesquisa. Gratidão. Mesmo.
A Bênção Sandro. Você, nego, que foi meu companheiro de estrada, de vida, de música e responsável pelo meu encontro com Bakhtin, e com tantas partes de mim mesma. Gratidão e ternura. Sempre.
Um salve para os “meus” Leandros, amigos e poetas. Durazzo, pela companhia constante, pelas indicações musicais, pelos conselhos, dentre eles o de me divertir sempre. Leandro Oliveira: pela amizade sincera, pelas longas conversas, pelo silêncio cúmplice, pela companhia camarada, pelas viagens, por todas as músicas tocadas e poesias recitadas. Pela arte.
Minhas filhas adotivas, Caroline e Renata, a bênção. Sempre presentes, me motivando e me acompanhando, fosse nas aventuras musicais, fosse nos enlaces e desenlaces desse coração e mente vermelhos que aprenderam a amar e viver com Vinicius.
Aliás, a poética de Vinicius de Moraes me uniu às belas figuras de Juliana Fiebig, Thiago Marques e Renato Munhoz.  Saravá, ô pá.
Falando deles, lembro de todo o Bando do Tiê Preto. A Bênção Tiê, à Mãe Ju Pilu e ao Pai Evandro.  A bênção à velha geração do bando, a res pública “Fogo-Fátuo”, Mery, Guerra, Cezico, Day, Lazo-Rei e Buiu. A bênção aos amigos desse tempo pré-mestrado, Priscila Santos e Felipe Munhoz. A bênção Djalma, à sua cumplicidade – na admiração pelos afro-sambas –, e Dona Adriana, por me fazer me sentir em casa em São Carlos.
Um salve para a geração mais nova do bando e, em especial, àqueles que dividiram teto, comida, companhia, aprendizados profundos de amor, verdade e virtude. Gratidão profunda a Fernanda Paes, nossa queridíssima Coração, e ao casal iluminado, Bia e Navas.
Também tive teto taiwanês, pleno de sabedoria. A Bênção Tsai, Min Lun e Mariana, Joana e Sandra, Constância e Teh, pelo exemplo e vivência de caridade, coração tranquilo e prática da Verdade.
A Bênção Leo La Selva! Sujeito responsável pela minha primeira audição de “Canto de Ossanha” na vida, lá em 2006! Gratidão, meu amigo, por esse começo e por todo o resto. Salve Julia Baggio, sua linda companheira, minha linda amiga.
A bênção Catavento! Grupo de estudos onde as questões e as dúvidas, o sentimento de coletividade, de alegria, frutificaram. Experiência compartilhada que me faz pensar que dentro da universidade ainda há espaço para o diálogo, discordância que constrói, sonhos a concretizar, ligação profunda entre aquilo que se pesquisa – e aquilo que se sente – e se é. Um salve especial Elisângela, guerreira e irmã pra vida toda... A Bênção, Geander, meu querido! A Bênção, Du Paiva, parceiro nas reflexões do samba e nas preciosas indicações (e empréstimos) bibliográficos! Neila, Mari, Luizão, Hezbolah. Todos os catinhas que já ventaram, ventam e ventarão.
A bênção linda família Adilson, Carol e Amarilis. A bênção amigos do Sebo Uraricoera! A bênção, lenda da UNESP Araraquara, o poeta – e gênio – Max Brandão!
Um salve para Vanessa Daufenback e as inquietações da disciplina “Política e Cultura”, assim como a preciosa indicação da dissertação de Daniela Santos sobre Os Mutantes, que me encorajaram a navegar, pelas Ciências Sociais, através das ondas da canção.
A bênção, companheiros de pós-graduação. A bênção à, tantas vezes parceira, Ariella. A bênção, eternos vizinhos Ettore Medina e Luciana Santos. Por falar em Vizinho, a bênção Pablo Polese e Giga!
A bênção, Dagoberto, por ter feito aquilo que era essencial – e na hora certa –, para que toda essa história se desenrolasse: acreditou em mim, mais do que eu mesma havia feito.
A bênção Henrique, da Seção de Pós-Graduação, pela infinita paciência e pela colaboração indispensável, nos mais diversos momentos. Agradeço também pelo sorriso amável e sempre carinhoso de Cleusa Nery, do Departamento de Antropologia, Política e Filosofia.
A bênção àqueles que compuseram a minha primeira banca, ainda na defesa da monografia, que gestou o projeto que pariu essa dissertação: Rafael e Edgar.
A bênção Luciane de Paula e Ana Lúcia Castro, pela contribuição imensa durante a qualificação, mais que conselhos teórico-metodológicos, instruções para toda uma vida...
A bênção menino Messa, Lucas Oliveira, que através da sua inquieta mente geminiana se interessou por minhas querelas de pesquisa e intermediou meu contato com Humberto Carlos, a quem também agradeço pela co-laboração intelectual.
A bênção Maiara, menina linda de toda a minha vida. A bênção Deni Rubbo, Aruana, Lisandra Amaral, Mariana Bergo, Heitor Branquinho e Cláudia Nunes, pelo teto e pela companhia, na Pauliceia Desvairada.
A bênção Laura Basoli, minha linda Basola. Sua aparição na minha vida é um verdadeiro presente. (Quem diria que essa dissertação de mestrado seria parida aqui, na Marília Vermelha, a sua cidade natal?) A Bênção Negão, Ivan Santos. O dia da tua despedida rumo ao Cabo Verde me marcou com a força do canto que une, evoca e traz pra perto. “Won’t you help to sing this song of freedoom?”
A Bênção Marina Butian e seu rebento Caê. A vivência de perto, suas histórias sobre o envolvimento com a Umbanda, seu sorriso ao nos ver cantando afro-sambas na Foguinho, tudo isso levo comigo, como fonte de motivação, entusiasmo e respeito. Gratidão, amiga.
A Bênção aos pesquisadores com quem entrei em contato, fosse pela procura, pelo acaso, ou simplesmente pela arte do encontro, ao longo da pesquisa e que se mostraram solícitos contribuindo com suas palavras, pensamentos e sentimentos: Alan Magalhães Pierre, Gabriel Improta, Andreia Mendes, Spirito Santo, Rafael Galante, Mariana Leal Barros, André Haudenschild, Frank Kuehn, Pedro Teixeira. Saravá.
Um salve e um cheiro à leoa Natália Conti, cujos olhos, que de há tanto me inspiram, leram atentamente essas linhas. Gracias pela correção, guerreira.
Um salve à dona CAPES, que apoiou dois anos de pesquisa. Salve, sobretudo, a essa gente brasileira que, com bons pedaços de suor de seu trabalho, torna possível que nossa pesquisa exista. A toda essa gente e aos que virão, nosso ato responsável, e toda nossa atitude.
A Bênção Roberto della Santa, querido, Betto. —”Ressoa ou Reverbera?”. A arte do encontro foi moldada em versos. Deles às canções e, então, à seta do deus-cupido Vinicius de Moraes. E fora bem ao seu modo: paixão, distância, querer, “se dar, pra poder amar”. Gratidão, pela primeira leitura atenta e analítica – tão cuidadosa – bem antes dos afetos nos pegarem desprevenidos. Gratidão pelo colo que acolheu o choro desesperado, as brisas boas – as epifanias narradas à queima-roupa –, o sorriso das pequenas vitórias. Gratidão pela atenção. Pelo carinho. Pelas contribuições bibliográficas. Pelas observações atentas. Pelas palavras sábias, que me lembravam sempre de que os problemas que enfrentamos são nossos, mas não só. Que somos parte desse mundo, e muito mais que isso. “Não (des)cuidamos do mundo um segundo sequer...”. Gratidão pelo nosso lar. Essa dissertação é um tanto sua. A bênção a esse amor-rebento que já anda de pé e corre belo, verdadeiro, justo, em direção ao Mar, ao Sol, ao Vento. E não se avexa.
A Bênção Baden Powell, pela força de criação e desafio. A Bênção Vinicius de Moraes, que se tornou muitas vezes um amigo muito mais presente que os amigos encarnados. Companhia nos sonhos, nos devaneios, no aprendizado diário. É, meu bom e velho Poetinha, gratidão por não me deixar esquecer – por um segundo que seja – do Amor. Saravá!
A bênção, Nossa Senhora, Mãe Maria e Maria Madalena!
Saravá, Preto Velho e Caboclo!
Saravá, Ogum! Saravá, Nanã! Saravá, Iansã!
A bênção, meu Anjo Guardião.
Gratidão pela acolhida e presença.
Graças a Deus! Muitas e muitas

Graças a Deus.