"Mas
tá fazendo frio..." ela imagina alguém dizer. Não importa. Pega as poucas
moedas dentro da carteira e compra o picolé mais barato. É pequeno e
cheio de corante. Melancia. Sei. É pra criança. E tudo bem. Tudo que ela
mais queria era colo mesmo. Faz manha, que nem criança. E acha que vai
curar a solidão com doce. - quem dera. Senta-se ao ardido sol do meio
dia enquanto não embarca de novo busão gelado do ar inventado. Continua
esperando alguma coisa ou alguém que lhe diga: "voce cresceu, baby!" Se
levanta com firmeza nos passos. Não... foi só o ônibus ligando pra
continuar a viagem. Leva agora consigo o amargo na boca que restou do
doce picolé.
"Seu moço, o caminho é grande."